Fiz esta sobremesa para o Dia dos Namorados e partilho hoje convosco, hoje, Dia da Mulher. Tenho que ser sincera que não ligo muito a estes dias, mas também não me incomodam. Posso fazer algo especial e não me importo mesmo nada de assinalar estas datas ou participar nelas. Nós, eu e a minha cara metade, temos os nossos dias especiais, que são as nossas datas, que assinalamos sempre à nossa maneira. De resto, tentamos ser felizes e amigos todos os dias e respeitarmo-nos o mais possível, enquanto seres humanos e não enquanto “homem” ou “mulher”.
Em relação a este dia, até é um pouco triste que tenha que haver uma data própria para lembrar o género feminino, mas isso é sinal que, de facto, ainda não há igualdade. Vou pedir emprestadas umas palavras de José Saramago, excerto que um amigo hoje publicou no meu mural de facebook:
“Para começar, gosto das mulheres. Acho que elas são mais fortes, mais
sensíveis e que têm mais bom senso que os homens. Nem todas as mulheres
do mundo são assim, mas digamos que é
mais fácil encontrar qualidades humanas nelas do que no género
masculino. Todos os poderes políticos, económicos, militares são assunto
de homens. Durante séculos, a mulher teve de pedir autorização ao seu
marido ou ao seu pai para fazer fosse o que fosse. Como é que pudemos
viver assim tanto tempo condenando metade da humanidade à subordinação e
à humilhação?”.
Achei muito curiosa a escolha destas palavras por parte do meu amigo porque, de facto, sou uma mulher que nunca pediu autorização para nada. Partilho o que entendo com quem entendo, as minhas escolhas, as minhas dúvidas, os meus sonhos. Não partilho para pedir autorização para nada. Peço opinião a quem acho que vale a pena pedir, concordando ou discordando de mim, não peço autorização para nada, peço opiniões. Sou generosa com quem acho que o merece e a quem o meu coração quer dar prendas, sem que para isso tenha que pedir autorização a alguém. Sou assim, quem não gostar, terá que pedir autorização para fazer parte da minha vida… Provavelmente não a darei.
 
Voltando às paparocas, espero que gostem desta receita, bonita, feminina e deliciosa! O creme verde é uma espécie de “nutella” de pistácio que comprámos na Sicília, é uma MA-RA-VI-LHA! Cá nunca vi à venda, por isso podem substituir por um creme de chocolate ou tentar fazer um creme doce com pistácios ou outro fruto seco. Eu nunca fiz essa experiência, mas prometo que vou tentar.
 
Ingredientes:
6 claras
Uma pequena pitada de sal fino
150g de açúcar
60g farinha fina com fermento
200 ml de nata fresca
Creme de pistácio ou de chocolate e avelã ou outro a vosso gosto qb
Frutos secos para decorar (usei pistácios)
 
Preparação:
Bata as claras em castelo com o
sal até formarem picos macios. Sempre com a máquina a bater, junte 100g de
açúcar a pouco e pouco até obter um merengue bem firme. Misture a farinha com os restantes 50g de açúcar e
peneire diretamente para o merengue, envolvendo
delicadamente à mão. Coloque num tabuleiro retangular forrado com papel vegetal. Espalhe bem e alise a massa. Leve a forno pré aquecido a 180º durante 15 minutos.
Desenforme e corte, depois de arrefecida a massa, com um cortador redondo. Corte a placa de bolo em círculos. Em cada prato disponha um círculo, creme de pistácio, mais bolo, nata fresca batida (sem açúcar). Termine com pistácios torrados ou outro fruto seco a gosto.

Bom apetite!