Aceitei o desafio de fazer Bolo Rei pela primeira vez. Coloquei o desafio a mim própria e pus as mãos na massa. As mãos e a batedeira nova que recebi no Natal, uma Kenwood vermelhinha, linda, oferta dos meus pais. Hoje é Dia de Reis e os pais vêm cá jantar, nada melhor que Bolo Rei caseiro para sobremesa.
A massa levedou bem, ficou elástica e macia. Não é muito doce, mas respeitei as quantidades das receitas tradicionais que li. A base foi a receita do livro”Receitas da Avó, Sabores Antigos”, da Maria Medeiros, um livro que me foi oferecido pelo meu marido há uns anos e de que gosto muito e que é muito inspirador para mim. Por falar em avó, a massa era bastante para um só bolo, pelo que fiz um mais pequenino que vai ser entregue à minha avozinha com um beijinho de Dia de Reis 🙂
Nota: a receita foi ligeiramente adaptada, pois também retirei inspiração de uma outra. Não adicionei leite, como referido numa das receitas, juntei raspa de citrinos e mais quantidade de frutas. Esta quantidade de massa faz dois bolos de cerca de um quilo cada porque a massa cresce muito.

Ingredientes:
750 gr de farinha sem fermento tipo 55
150gr de açúcar
5 ovos + 1 para pincelar
200 gr de manteiga sem sal
30 gr de fermento de padeiro (ou duas saquetas de fermento de padeiro seco)
1 cálice de vinho do Porto
Raspa de uma laranja e de um limão
250 gr de fruta seca e cristalizada a gosto cortada em pedaços (usei pinhões, nozes, amêndoas, avelãs, passas, cereja, abóbora e casca de laranja cristalizadas e algumas tâmaras, que foi um toque pessoal diferente que dei à receita)
Uma pitada de sal
Geleia para pincelar e açúcar em pó para polvilhar
Preparação:
Comece por diluir o fermento de padeiro granulado em cerca de 1 dl de água tépida. Depois junte uma chávena de farinha (que deve ser retirada à quantidade total), misture, faça uma pasta e deixe repousar para levedar. Enquanto começa a fazer a massa, este preparado vai crescer bastante (cerca de 15 minutos é o suficiente).
Na batedeira ou à mão, bata a manteiga com o açúcar. De seguida vá juntando os ovos um a um e batendo entre cada adição. Junte o vinho do Porto, a raspa dos citrinos e a pitada de sal fino (1 colher de chá bem cheia). De seguida junte o preparado fermentado, que deve ter crescido para o dobro do volume. Bata novamente e junte a restante farinha peneirada. Bata ou amasse bastante bem até a massa ficar uniforme e elástica (começam a ouvir-se algumas bolhas a estalar). Junte as frutas cristalizadas e as secas que estiveram previamente a macerar em vinho do Porto (duas horas no mínimo). Bata de novo.
Depois deste processo, faça uma bola com a massa (deve ficar tipo massa de pão, bastante elástica), enfarinhe e coloque num alguidar ou tigela de loiça ou vidro. Tape com um pano e depois com um cobertor e coloque em local quente (sala ou cozinha aquecida para a massa crescer com a ação do fermento). Deixe levedar até a massa duplicar de tamanho (duas a três horas, algumas receitas indicam cinco. A minha esteve duas horas e meia).
No fim deste período de tempo, faça o formato redondo do bolo com um buraco no meio e coloque num tabuleiro forrado com papel vegetal. Para a massa não fechar no meio, pode colocar uma chávena (ver foto) que possa ir ao forno. Disponha pedaços maiores de fruta cristalizada e alguns frutos secos por cima do bolo e pincele com ovo batido. Leve ao forno pré aquecido a 200ºC durante 25 minutos ou 30 m se gostar do bolo mais bem cozido. Este tempo é suficiente para um bolo de um quilo ou um pouco mais ou até dois bolos se os cozer ao mesmo tempo (foi o meu caso). No fim do tempo, retire do forno, pois a massa ainda coze mais um pouco com o calor que tem dentro.
Depois de retirar do forno, e com o bolo ainda quente, pincele com geleia. Eu não tinha nenhuma geleia e pincelei com mel ligeiramente diluído num pouco de água (muito pouca). Ficou muito bom.
Bom Dia de Reis e bom ano para todos!
MASSA ANTES DE FERMENTAR: