Saudades de Itália. Tenho sempre saudades de Itália. Não digo isto por ser uma afirmação que fica bem ou para dar um ar de pessoa viajada, digo porque é o que sinto. Gostava de ir a Itália todos os anos. Não vou, fico com saudades.
Tive a sorte e o privilégio de poder viajar em Portugal e no estrangeiro desde relativamente cedo e uma das primeiras idas ao estrangeiro foi, precisamente, a Itália. Amalfi, sul do país. Um torneio da equipa de basquetebol onde eu jogava na altura, tinha 15 anos. Umas férias de Páscoa fantásticas num local lindíssimo e que fez despertar em mim as primeiras “paixões italianas”. Não foram paixões namoradeiras, porque nunca tive nenhum namorado italiano. Foram paixões pelo país, pelo mar verde esmeralda da Costa Amalfitana, pelas serras, pelas cores do casario, pela história do “país da bota”, pelo património magnífico, pela língua doce e cantada e, claro está, pela comida!
A gastronomia italiana é maravilhosa. Não vive só de pasta e pizza, apesar destes serem os símbolos mais conhecidos à mesa de todo o mundo. Em Itália também se come bom peixe e marisco e pratos de carne simples, mas deliciosos. E gelados fantásticos, é verdade, não é mito urbano!
Voltei a Itália poucos anos depois das tais férias de Páscoa, numa viagem com os meus pais por várias cidades do país. Depois houve um período de ausência minha mas, quando voltei… voltei com o amor da minha vida e isso é muito bom! Uma vez a Veneza, outra vez a Florença e Roma. Não sei dizer qual das cidades me fascina mais porque tudo me fascina em Itália. Penso que é o país mais bonito que já visitei, mas não tenho bem a certeza disto porque sou absolutamente deslumbrada com quase todos os locais que visito. Surpreendem-me, encantam-me. Serei fácil de contentar?… Até acho que não, porque sou uma pessoa bastante exigente. Simplesmente deixo-me seduzir pelo que é belo. E em Itália é tudo muito belo.
É com saudades e memórias de cheiros, cores e sabores, que hoje vos deixo esta receita de Saltimbocca alla Romana, um dos pratos preferidos do meu marido e que provámos pela primeira vez em Roma, na zona de Trastevere. Se forem à capital italiana não deixem de visitar este bairro, na margem ocidental do Tibre, come-se bem por lá e à noite é bastante animado. Já agora: o nome do prato vem do facto de ser tão bom que “até salta para a boca” 🙂

Ingredientes para 4 pessoas:

8 escalopes de vitela (usei vazia muito tenra e cortada bastante fina)
12 fatias de presunto
16 folhas de salva
2 colheres de sopa de manteiga
1 copo de vinho branco seco
Sal e pimenta qb
1 dente de alho (esta é a minha inovação na receita)

Preparação:

Se tiver dúvida em relação aos bifes, no caso de não serem escalopes de vitela, bata-os ligeiramente para os amaciar. Estenda os bifinhos numa superfície lisa e esfregue-os ligeiramente com um alho esmagado. A receita original não indica este procedimento, foi uma inovação minha e ficou bom. Não esfregue demais para o aroma do alho não se sobrepor ao dos restantes ingredientes. Tempere os escalopes com sal e pimenta preta moída na altura. Enrole uma fatia de presunto e duas folhas de salva em cada escalope com a carne ainda crua. Tenha em atenção a quantidade de sal, pois o presunto já é salgado. Depois de feitos os rolinhos, trespasse-os com um palito.
Numa frigideira anti aderente toste as restantes duas fatias de presunto cortadas em duas metades. Quando estiverem crocantes, retire e reserve. De imediato coloque a manteiga na mesma frigideira e doure aqui os escalopes. Depois retire-os e reserve em folha de alumínio. Acrescente o vinho branco e reduza o molho em lume médio.
Sirva os escalopes bem quentes com o molho, o presunto crocante, folhas de salva e batata frita para acompanhar.
 
Bom apetite!