Fiz este pudim por sugestão do meu marido e servi-o numa jantarada com 15 amigos, cá em casa, mais uma daquelas noites divertidas e gulosas, cheia de barulho, risadas e comidas.
A receita vinha na Dica do LIDL. O maridão é que vai sempre ao correio, traz a Dica e lê-a em primeira mão. Ou não fosse ele jornalista e viciado em ler jornais, ver televisão e ouvir notícias. Se as notícias lhe mostrarem um pudim de abóbora… ora, pois… são boas notícias! Mostrar a receita à cozinheira da casa passa a ser a prioridade e fazer aquela carinha de criança gulosa normalmente resulta, por isso, vamos lá fazer a tal carinha juntamente com a Dica da Semana em punho, aquela Dica que traz a tal receita do tal pudim… “Isto tem bom ar”, disse.
O meu marido gosta mesmo muito de requeijão com doce de abóbora e até me recordo da primeira vez que ele provou esta combinação. Foi no casamento de uns amigos, dezembro de 1999, Aguiar da Beira. Estava um frio de rachar, de gelar, mesmo! O almoço foi no quartel dos bombeiros e nós achámos que aquelas mesas repletas (muito repletas!) de todo o género de comida, apresentavam o almoço e que este era volante. Havia feijoada, enchidos, vários tipos de pão e broa, salada de orelha, pezinhos de coentrada, queijos, sopa da pedra, cestos de frutos secos e… requeijão com doce de abóbora. O meu marido comeu (muito) e rematou aquilo tudo com o requeijão com doce de abóbora, que ele não percebeu muito bem se servia de entrada ou sobremesa, mas que lhe soube bem no fim do repasto. Estávamos nós nisto, chega o noivo e pergunta: “Já viram em que mesa se sentam?”. Mesa?? Sim, era a mesa para o almoço, numa outra sala, porque “aquilo” eram “só” as entradas… Estávamos tão cheios que não aguentávamos mais. Achávamos nós… mas, afinal, aguentámos. Aguentámos um arroz de tamboril, um cabrito assado em forno de lenha e uma mesa de doces que nunca mais acabava. Ficámos até bastante tarde e voltámos para almoçar no dia seguinte. Para nós, “meninos da capital”, era a descoberta de um novo (e maravilhoso) mundo novo dos casamentos do Norte do país. Foi o casório onde mais e melhor comemos e divertimo-nos imenso, que foi, francamente, o mais importante.
Isto tudo para contar que o meu marido descobriu o requeijão com doce de abóbora e nunca mais o esqueceu. Este pudim é uma reinterpretação bem conseguida dessa combinação maravilhosa da gastronomia portuguesa. Espero que gostem. Nós, por aqui, adorámos!

Bom apetite e bom fim de semana!

Ingredientes e preparação:

Para a compota: 400 gr de abóbora limpa, 150 gr de açúcar, 1 pau de canela, 1 casca de limão
Colocar a abóbora cortada em cubos e todos os outros ingredientes num
tacho e deixar cozer até a abóbora estar muito bem cozida. Depois
retirar a casca de limão e o pau de canela e triturar com a varinha
mágica. Levar de novo ao lume até atingir ponto de estrada.

Para o pudim: 4 ovos, 200 gr de açúcar, 200 gr de compota de abóbora, 1
colher de chá rasa de canela em pó, 1 colher de chá rasa de fermento em
pó, 50 gr de azeite
Pré aquecer o forno a 170º. Numa tigela, bater
os ovos à mão. Juntar o açúcar, a canela e o fermento, misturados.
Deslaçar, batendo mais um pouco.
Juntar a compota e o azeite, misturar bem.
Untar uma forma com manteiga e polvilhar com pão ralado. Deitar o
preparado na forma e levar ao forno (no meio do forno) durante 40
minutos ou até ver que o pudim tem consistência.

Para o creme:
300 gr de requeijão macio e de boa qualidade, 75 ml de leite, 25 gr de
açúcar, raspa da casca de uma laranja grande.
Misturar tudo e levar
ao lume até ferver (reservar alguma casca de laranja para guarnecer).
Triturar com a varinha mágica, deixar arrefecer e servir frio com o
pudim também frio. No momento de servir, guarnecer com casca de laranja
ralada no momento.

Notas: Utilize uma forma pequena. Se quiser um pudim bastante grande, faça o dobro da receita.
A receita foi adaptada da Dica do LIDL. A receita original não incluía a raspa de laranja. Eu adicionei e acho que foi muito bem conseguido, eu gostei e os amigos também apreciaram o “detalhe”.