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A fotografia deste prato não revela exatamente o bom sabor que tinha. Talvez a pressa de o provar me tivesse roubado a paciência para a fotografia. A ânsia de jantar já era alguma, depois de um dia inteiro a cozinhar. Estar entre tachos e panelas é fantástico, mas provar também é bom…
Voltando à receita, trata-se, simplesmente, de frango. Mas a junção de vários sabores, cores e elementos no prato fez desta refeição um momento muito agradável ao paladar. Podia ter chamar ao prato “Ode ao frango”, pois cozinhei o animal e fiz patê dos fígados de vários primos. Mas batizei-o apenas de “Frango com patê”… patê de fígados de frango, caseiro, feito por mim. Comecei por cozinhar os fígados em manteiga, temperados com pouco sal e bastante pimenta moída. Juntei 3 colheres de sopa de aguardente velha e deixei cozinhar numa frigideira até os fígados estarem no ponto, sem deixar secar em demasia. Depois de arrefecidos, triturei no processador de alimentos até obter uma pasta. Neste momento juntei uma colher de sobremesa de vinagre balsâmico e, depois de tudo pronto, 3 colheres de sopa de pimenta rosa em grão. Tudo isto para cerca de 700 gr de fígados de ave. Fiz bastante quantidade para conservar e guardar para posteriores utilizações (ficou conservado num frasco, barrado com manteiga clarificada).
De seguida comecei a trabalhar o frango, levantando a pele do peito, com muito cuidado, de forma a que não se rompesse. Com os dedos fui levantando a pele delicadamente para abrir um espaço (uma bolsa) entre a pele e a carne. Misturei nozes picadas a uma porção de patê e recheei/coloquei esta mistura debaixo da pele do frango (também podem fazer o mesmo com um perú ou colocar o patê a servir de recheio dentro do corpo do animal em vez de ser debaixo da pele).
Numa assadeira deitei uma cama de sal e o frango em cima. Primeiro tostou no forno de um dos lados e depois do lado do peito (onde tinha o recheio do patê). Nesta altura da confeção é necessário baixar o forno dos 220º para os 180º para que a pele não fique queimada. Isto porque a pele foi desprendida da carne e muito esticada, pelo que se encontra bastante sensível. O frango vai ao forno completamente cru, pelo que deve assar até a carne estar cozinhada e a pele tostada sem queimar.
Servi este frango com porções do patê do recheio, arroz cremoso de espinafres, chalotas caramelizadas e fatias de abóbora e beterraba desidratadas (são os elementos vermelhos e amarelos, quase parecem flores). Estava bom e guloso! Quando fizer da próxima vez vou tentar uma foto com o frango inteiro acabadinho de sair do forno e tostadinho.
Deixo-vos a foto do aspeto do patê que serviu de recheio, mas também foi e será usado como entrada, servido com tostas ou pão. Bom apetite!