Esta é uma receita de fazer crescer… não água, mas fogo na boca, acreditem!
Os meus pais sabem que gosto muito de pimentos, todo o tipo de pimentos. Antes de ir de férias o meu pai perguntou-me o que eu gostava que ele plantasse mais na horta e eu pedi pimentos. Gosto dos verdes, dos vermelhos, que não são mais que os verdes amadurecidos, dos doces, tipo pimento italiano e também gosto muito de pimentos de Padrón. Os meus pais também gostam, aliás a primeira vez que os comi foi com eles, em Espanha, precisamente na Galiza, onde fica a localidade de Padrón. Hoje temos de tudo nos nossos supermercados, mas há uns 25 anos não era comum ver-se este tipo de pimento por cá. Provei os ditos pimentos numa casa de tapas galega, entre muitos outros petiscos deliciosos. Lembro-me de termos comido, no mesmo almoço, uma tarte de bacalhau e passas maravilhosa, da qual nunca mais me vou esquecer do sabor.
Entretanto os pimentos de Padrón, bem como outras iguarias, democratizaram-se nos supermercados portugueses e ainda bem, pelo que os compro de vez em quando (encontro quase sempre no LIDL) e faço-os salteados só para mim ou para os meus pais ou amigos, já que o meu marido não gosta mesmo nada de pimentos… Este ano, acabada de chegar de férias, os meus pais mimaram-me com tomates cereja, feijão verde tenrinho, umas alfaces que parecem enormes repolhos e uns pimentos de Padrón, que foi algo que o meu pai plantou para me fazer a surpresa. E que supresa!! Eu adorei os pimentos, fiquei contente, agradeci, e ele cozinhou logo uns quantos para eu experimentar. Quando fomos provar… eram muitooooooooo picantes!! MUITO! Eu ainda lhe perguntei se não eram mesmo malaguetas, mas ele diz que não 😉 A minha mãe até largou uma asneira quando provou um e eu fiquei a chorar dos olhos, foi obra!
Bom, ainda assim, os pimentos não ficaram por comer, nem vão ficar os que ainda estão a rebentar lá na horta. Estou a pensar abri-los antes de os cozinhar e retirar as sementes, pois é nas sementes que está o picante. Entretanto os primeiros foram cozinhados com massa de caril e cogumelos. Resultado: uma refeição mesmo picante, hot, quente, de pôr a língua aos saltos, mas que ficou uma delícia! Aconselho, no entanto, aos palatos mais sensíveis, que façam o prato com pimentos que sejam menos picantes…
Ingredientes para 4 pessoas:
250 gr de esparguete com caril da Milaneza
300 gr de pimentos de Padrón (picantes ou não, conforme o gosto, tenha atenção quando os comprar)
4 dentes de alho
1,5 dl de azeite
300 gr de cogumelos mistos (usei dos brancos e dos pleurotos)
150 gr de bacon partido em tiras finas
Preparação:
Comece por cozer o esparguete de caril em água com sal. Este esparguete da Milaneza é muito saboroso, tem um aroma a caril delicioso e uma cor muito bonita, só precisa de umas pedras de sal na água para cozer até ficar “al dente” e posteriormente ser envolto num fio de azeite. Se ficar “al dente” até se aguenta lindamente de um dia para o outro, é rijinho e delicioso.
Numa frigideira anti-aderente deite o bacon cortado em tiras finas e um pequeno fio de azeite. Deixe o bacon frigir em lume médio até ficar crocante. Depois de pronto, retire e reserve num papel absorvente para retirar o excesso de gordura. Na mesma frigideira deite mais azeite e salteie os cogumelos (depois de cortados em pedaços) com 2 alhos laminados e umas pedras de sal. Reserve depois de prontos. Junte mais algum azeite à frigideira e salteie os pimentos com os outros 2 alhos laminados e temperados com umas pedras de sal. Os pimentos estão prontos quando começam a ficar murchos e tostadinhos, sem deixar queimar.
No fim, junte tudo na frigideira e envolva o esparguete com o bacon e os cogumelos, colocando por cima os pimentos. Depois é só servir!
Bom apetite! Comam bem e de forma saudável!