A comida tem uma alma? Sem dúvida que cada alimento tem cor, sabor, tamanho, textura e a sua personalidade própria. Cada alimento também tem uma história, como as pêras e os pequenos tomates cereja da fotografia, provenientes da horta que os meus pais cultivam com tanto carinho. As pereiras já existiam no terreno da casa, tendo sido plantadas pelos antigos donos. Os tomates cereja são fruto do meu grande gosto por este alimento. Só por isso foram plantados e, graças a isso, tivemos uns vibrantes cachinhos vermelhos a enfeitar a horta durante todo o verão. O alecrim também é proveniente de um dos canteiros dos meus pais e é fabuloso para dar sabor a carnes e acompanhamentos vários. Costumo pôr um raminho no caldo do risoto, fica delicioso e cheio de aroma.
E será tudo isto suficiente para dar uma “alma” à comida? É isto tudo e muito mais! O amor de quem trata da terra, apanha o peixe ou cria o carne, o carinho de quem cozinha, o cuidado e o respeito por cada alimento e a inspiração para o transformar num prato delicioso. É tudo isso que é a alma da comida. E, no fim de tudo, a melhor parte: quem prova. Porque quem prova é tão importante como quem cozinha. Qual seria o sentido dos meus cozinhados se não tivesse o meu marido para os degustar?
É a ele, apreciador incondicional do que faço e provador crítico, mas sempre carinhoso e tremendamente companheiro, que dedico as minhas receitas, as minhas invenções, os meus cozinhados. Com amor… e muita alma!