Antes de mais, uma declaração de intenções: sou LOUCA por marisco e sapateira é dos meus mariscos preferidos. Porque tem a carne branca e suculenta e ainda aquele recheio maravilhoso, feito com as entranhas (ah, pois é, são as entranhas do bicho!). Eu adoro aquilo barrado em cima de pão caseiro torrado e ensopado em manteiga. Pronto, já engordei um quilo só de escrever isto com tanta satisfação… Mas não faz mal, a sapateira e as mariscadas em geral valem pelo bem que sabem, pelos momentos de convívio que proporcionam à mesa e porque afinal, o marisco não é assim tão calórico, o que comemos a acompanhar (pão, cerveja, vinho…) é que é o pior. E a sapateira, se for comprada viva, também não é dos mariscos mais caros.
O que interessa é que tudo isto sabe bem e é verão e apetece-nos de vez em quando!! Porque não fazer o gosto ao dente? 😉
Ingredientes:
1 sapateira
Pickles a gosto
Maionese qb
Sal qb
2 colheres de sopa de cerveja
Preparação:
Primeiro que tudo tente escolher uma sapateira pesada (compare várias do mesmo tamanho e traga a mais pesada, fazendo figas para que o peso corresponda a recheio e não a água, que muitas vezes entra para dentro da carapaça). Normalmente escolhem-se as fêmeas, mas não significa que estejam sempre ovadas só por serem fêmeas. Sou sincera que até prefiro que não estejam muito, pois gosto mais do sabor do resto do que das ovas propriamente ditas. Mas com as ovas também é bom, fica o recheio mais cor de salmão.
Coloque cerca de 2,5 litros de água numa panela larga e 3 mãos cheias de sal grosso. Quando estiver a ferver, introduza a sapateira viva e deixe cozer por 13 minutos para uma sapateira com cerca de 800 gr. Se for uma sapateira até 1200 gr deixe cozer 15 – 16 minutos. Se for uma sapateira muito grande, com quilo e meio ou mais, deixe ficar 20 minutos em água a ferver. O marisco nunca deve ser cozido demais, por fica seco e perde a suculência.
Depois de cozer a sapateira, retire da panela e arrefeça-a em gelo para parar a cozedura. Depois separe as patas, abra a carapaça e retire todas as entranhas para as aproveitar para o recheio, com exceção dos pulmões que não se comem. Não tirei fotografia, esqueci-me, mas os pulmões são aquelas partes cinzentas com uma textura que parece um tecido grosso, existem de ambos os lados da zona interior da carapaça. Desfaça todas as entranhas com um garfo, em cima de uma tábua.
Pique pickles a gosto na picadora com um pouco de maionese e junte ao preparado de sapateira. Há quem goste de juntar ovo cozido, coentros, salsa, mostarda, etc, não digo que não fique bom, mas eu gosto que o recheio da sapateira saiba a mar e a marisco e não a outras coisas, por isso gosto dele quase ao natural.
Junte os pickles, a maionese, o recheio da sapateira e um pouco de cerveja (apenas 1 a 3 colheres de sopa só para dar sabor). Se achar que o recheio está muito sólido, junte um pouco da água de cozer a sapateira. Retifique de sal. Misture tudo bem e encha a carapaça da sapateira com este preparado.
Sirva juntamente com as pinças e patas mais pequenas e pão torrado. Não se esqueça do vinho verde 😉
Nota: existe a técnica de matar previamente a sapateira com vinagre. Eu já experimentei e francamente… acho que o animal ainda sofre mais porque demora muito a morrer. Se a introduzirmos na água ela morre mais rapidamente. Confecionar marisco tem destas coisas, não é tarefa muito agradável mas, ou se come ou não se come, e eu gosto de comer, não sou vegetariana, por isso tenho mesmo que tratar de confecionar a bicharada antes de me deliciar com ela.