Há uns tempos falava com o meu marido sobre os sabores e ingredientes escolhidos para as pizzas e de como os restaurantes podiam apostar mais em opções de pizzas “tugas”, pizzas com sabores tradicionais portugueses, como enchidos, por exemplo. Não significa que já não tenha comido, mas não é muito comum. Regra geral, os sabores andam sempre muito em torno dos cogumelos, camarão, queijos ou pepperoni. E isso é tudo ótimo, eu adoro! Mas há sabores mais portugueses que também fazem excelentes pizzas. Pensámos logo em alheira e farinheira, claro, até porque o Rui é muito guloso por carne! Mas eu, que sou a mulher do peixe, comecei a imaginar algo diferente. E o “clique” para fazer uma pizza de sardinha chegou no dia em que visitámos o Museu de Portimão, que funciona na antiga fábrica de conservas La Rose. O espaço apresenta vários núcleos, sendo o maior dedicado à industria conserveira da sardinha, que ali existiu na primeira metade do século XX. A ligação de Portimão ao Rio Arade e ao Atlântico traduz-se naquela que era a atividade económica mais importante do Algarve antes da região explodir como destino turístico: a pesca e conserva da sardinha. Até à década de 80 do século passado, tinha sido este peixe a puxar a carroça de boa parte da comunidade portimonense, depois chegaram muitos turistas e deixou de ser o Algarve a enviar os seus sabores para o mundo… passou a ser o mundo a ir até ao Algarve. E por lá ficou a provar os sabores, o sol prazenteiro e as praias maravilhosas, das mais lindas do mundo e que disso não haja dúvidas!
O espaço da fábrica de conservas La Rose foi transformado em museu, um excelente e atrativo museu, diga-se! Gostámos muito de visitar e vou fazer um post só dedicado a isso para partilhar convosco um pouco da história da sardinha portuguesa que visitou os cinco continentes em bonitas latas que dali saiam já com marcas e nomes em inglês e francês para agradar aos gostos mais requintados e às mesas postas fora de portas. As conservas de peixe eram um produto muito apreciado e agora voltaram a ser. É uma daquelas modas boas, a meu ver.
E como há muitas formas deliciosas de consumir conservas, hoje partilho convosco mais uma! Espero que gostem desta pizza de sardinha, pimentos e tomate. Afinal, é sardinha no pão, só que de forma diferente 😉
Ingredientes para uma pizza
200 gr de farinha tipo 55
110 ml de água
10 gr de fermento seco de padeiro
1 colher de sopa de azeite
1 colher de café de açúcar
1 colher de café de sal fino
Sêmola de milho qb para polvilhar
1 chávena de chá de molho de tomate caseiro – ver receita AQUI
3 colheres de sopa de queijo ralado conforme o vosso gosto (usei mozarela porque derrete muito bem e não optei por um queijo mais forte para não chocar com o sabor também forte da sardinha)
1 lata de sardinhas em conserva de azeite
Meio pimento vermelho
6 tomates cereja
Rodelas de cebola qb (menos de um quarto de cebola)
Coentros qb
Preparação
Comece por fazer a massa de pizza, como indicado AQUI.
Depois de pronta e de ter levedado, estique-a com o rolo, forre uma base de pizza com a massa e cubra com molho de tomate. Por cima disponha o queijo ralado, as rodelas de cebola cortadas finas, o pimento em tirinhas e os tomates cereja cortados ao meio. Leve ao forno pré-aquecido a 250º e deixe cozinhar 10 a 15 minutos – até a massa começar a tostar. Depois de retirar do forno, junte os filetes de sardinha e coentros frescos. Também pode polvilhar com oregãos secos, fica muito bom.
Bom apetite!